23 de novembro de 2016

Amigo

Hey, amigo, acordei meio tarde,
Mas nunca é tarde para falar com você.
Tem dia que é meio difícil,
Tudo é corrido, muito a fazer.

O fim de semana já vem
E, quem sabe então, eu consiga te ver.
Para sair meio sem certeza
Sentar numa mesa e tentar entender.

Entender que os dias são maus,
Mas não há nem um mal em ter esperança.
Ter o espirito da criança
E deixar a dança te envolver.

Mesmo que seja meio tarde
Eu ainda te espero amigo, pode aparecer.
Pode contar o seu dia, suas historias,
Como é bom amigo falar com você.

10 de abril de 2016

A espera

Vamos voltar ao fim da rua
Existe alguém precisando de você.
Pode deixar, que a vida é curta
Tudo pode acontecer mais uma vez.

Se puder me leve na sacola
E se der preenche sua memoria
Com lembranças tão felizes.
Se puder me leve embora,
A vida nos espera lá fora
Mais uma vez

Vamos voltar ao fim da rua
Há alguém precisando de você.
Pode deixar, que a vida é curta
Tudo pode acontecer mais uma vez

Mais uma vez me leve pra sua casa
E conta uma história pra dormir
Me abrace sem medo, vem
Me conta seus segredos a base de um cafuné

A noite já chegou, o frio toma conta do quarto
Não temos planos pro amanhã que ainda vai nascer,
Então deixa...

Vamos seguir essa avenida
Há um futuro esperando por você
Pode deixar que eu vou te segurar
Quando tudo acontecer pela primeira vez

Como se fosse tudo pela primeira vez...

11 de novembro de 2015

Pequenas Coisas

Hoje eu perdi o ônibus pra faculdade, tinha uma prova no 1° horário. Já pronto para caminhar por 20min num sol quente me aparece 2 caronas. O carona nem ia pra lá, mas me deixou na faculdade. Graças 1.
Tinha que comprar alimentos pra casa. Na feira a única que vendia ainda no preço antigo e mais barato foi a primeira que me apareceu. Graças 2.
Indo para o supermercado pensei ter pouco mais de 10 reais no cartão. Ao checar no caixa tinha 10 vezes mais. Graças 3.
Em tudo daí graças, inclusive nas pequenas coisas.

8 de setembro de 2015

Independência

193 anos de independência, pra alguns muito, para outros pouco tempo. O que aquele grito proclamado as margens do Ipiranga significou e significa? Um príncipe reivindicando a liberdade do seu povo, tornando-o uma nação para hoje ser dependente de seus poucos e raros heróis.
A verdade é que o povo ama o herói, o busca a cada momento, nas pequenas situações para ter alguém para admirar ou até criticar, tornando-o assim bode expiatório de um povo fracassado sem ganância.
Buscamos por alguém que justifique ou diminua todo esse "investimento" que o governo exige de nós. Tivemos Barbosa, Moro homens públicos que só por serem honestos se tornaram uma referencia nacional. O que nos fica evidente é que o povo é carente, o povo precisa de alguém que os abrace e lute por eles, mesmo que estejam apenas cumprindo com suas obrigações.
Pena que o povo não sabe o quanto é forte. Quanto poder emite de sua união. A maior fraqueza do homem é pensar que ele não pode mudar seu futuro, seu meio pois é apenas um homem.
Uma andorinha só pode até não fazer verão, mas o verão chegará para essa pequena andorinha.

9 de agosto de 2015

O Garoto da Lua - Cap. II

Capitulo II

“Tudo parece tão simples visto daqui” – pensou Jack.

A terra se mostrava grandiosa e azul com suas pequenas partes brancas, verdes e iluminadas. Quando de sua janela via a lua achava ela triste e solitária, agora olhando a terra a vê formosa, mas incompreendida. A beleza é sempre analisada por cima, o que tira dela sua real função, acalentar os corações feridos. É impossível se deparar com a natural beleza das coisas da vida e não bater o coração mais forte, sendo no mínimo envolvido por uma onda de esperança, esperança de que o amanhã nos trará coisas melhores.

O garoto senta ao lado de Jack, também mirando o mesmo horizonte.
- Será que tem alguém lá também olhando para a gente?
- É provável. Lá, à noite, a lua é nossa musa na escuridão.
- Musa? Nossa, lá deve ser solitário.
- Não, na verdade tem muita gente. Mas o silencio da lua em alguns momentos é a única coisa que nos compreende.

Por mais que haja tantos modos de comunicação nenhum deles ainda conseguiu substituir ou reproduzir o prazer e o carinho de um verdadeiro abraço. As pessoas precisam sim se comunicar, mas isso não cresce nosso lado humano, apenas comunicativo. O maior prazer em ser humano é sentir e transmitir sua humanidade. E nada mais humano do que um abraço apertado, daqueles que segura por um momento o seu fardo, que no fim do dia diz que está tudo bem, que apenas te abraça por saudade.
A verdade é que não são as restrições que nos tornam santos, mas sim nossa pura humanidade. Quanto mais o homem se deixa humanizar, mais revelamos a presença de Deus em nós. Infelizmente o homem não entende isso, pois não entende até hoje o seu proposito aqui.

Olhando para a Terra, Jack acaba se lembrando daqueles que estão lá. Seus pais, amigos e colegas. O que eles estão fazendo agora, o que eles estarão pensando. Mil pensamentos restritos a uma pessoa só.
Jack não era um garoto tão espontâneo. Os sonhadores são restritos aos seus pensamentos, o que afasta as pessoas, não porque ele quer, mas porque é preciso ter a mente aberta para se ver além dos que os olhos alcançam.
Seu pai tinha o dom de quebrar essa conexão com o “mundo da lua”. Meio de surpresa, meio naturalmente. Com um abraço de urso, ou uma brincadeira, seu pai o trazia de volta a realidade e lhe mostrava que existe beleza também nas pequenas coisas da vida. Nada era tão simples como seu pai, um homem que não tinha muito, mas fazia muito com seu pouco. Um simples carpinteiro, que dava forma a uma madeira bruta, que transformava o inútil no indispensável para uma família ter seu jantar.

- Acho que meu pai saberia o que fazer nessa hora – pensa alto, Jack.
- Quem é seu pai?
- Meu pai... é meu pai!
- Hum...
- Acho que deveríamos ir para casa. Estou cansado.
- Bem, você já está nela, escolha sua cama – Fala ironicamente, a pequena criança, demonstrando o horizonte vazio.
- Como você dorme aqui? – Retruca, Jack.
- É bem simples, você começa deitando e aí fecha os olhos. – Demonstra a pequena criança.
- Ok, então é isso. – Conforma-se, Jack.


            Jack espera que esse leve momento de descanso o leve para um lugar melhor, sendo real ou não.

20 de junho de 2015

Dom de Ouvir - Pt. 2

Era domingo à noite, não tinha muito o que fazer, resolvi ir ver velhos amigos que já a algumas semanas que não os via. Infelizmente nesse dia, meu parceiro fiel de caminhada não estava presente, meu fone de ouvido, mas um pra lista dos quebrados, pelo menos esse durou dignamente. Costumo sempre sair com ele no bolso, é minha fuga do barulho e caos da cidade, onde posso viver meu pequeno mundo embelezado pelas letras de uma banda qualquer.

Enfim, com o mesmo trajeto, chegando no mesmo ponto de ônibus de sempre, avistei uma senhora que já deveria ter seus 60 e tantos anos, carregando uma pequena sacola, e que ao me avistar saiu, não sei pra onde, talvez por medo, afinal os dias estão maus e até um cara normal como eu pode parecer suspeito para uma senhora chegando no início da terceira idade.

De início, me pareceu estranho, mas ao observar a situação, tem sua dose normal em sua atitude, era noite e estava sozinha. Depois de um tempo esperando o ônibus, que vale dizer, demora muito no domingo, a senhora voltou, sentou no banco, visivelmente um pouco cansada, talvez abatida pelo dia, querendo apenas chegar em casa e descansar. 


E então do nada ela começa a falar, de modo tranquilo, como se contasse uma história, a sua história. No momento me fez relembrar das velhas rodas ao redor da mesa ouvindo as histórias do meu avô. E foi ela contando seu dia, sobre a ausência do filho, que hoje ela mal sabe quem é e onde está. E lá foi ela contando seu dia, e eu com um entusiasmo de quando você está assistindo um filme e espera o grande desfecho final, mas estava ali quieto olhando para ela apenas ouvindo-a pacientemente.

No meio da historia o ônibus chegou, de automático fui pega-lo, mas ao sentar no banco me arrependi, queria ter ouvido até o final, queria saber a história dela, de alguém que nunca vi, e talvez nunca vou ver, mas que naquele momento era a pessoa mais interessante do mundo (rs). Fica a lição, ouça até o final, sendo bom ou não, são histórias de "Dias de luta, dias de gloria".

16 de fevereiro de 2015

O Garoto da Lua - Capitulo I

Capitulo I

- Hey, acorde!
- Oi... Onde estou? - Perguntou o garoto assustado e confuso.
- Estamos na Lua, olha lá em baixo a Terra.
Respondeu o menino com cabelos loiros, bagunçados, caindo sobre os olhos, vestindo um pijama de listras azuis.
- Não é possível! Como vim parar aqui?
- Não sei amigo, só sei que estamos aqui.
- Qual o seu nome?
- Não sei, acho que não tenho. Você tem?
- Tenho, meu nome é Jack. Como você chegou aqui?
- Não sei, que eu me lembre eu sempre estive aqui.

            Milhares de perguntas assombram o pensamento de Jack e o único que poderia responde-las parece tão perdido quanto ele. Como foi parar lá? Porque estaria lá? São perguntas que no momento são impossíveis de se responder.
            Sentado sobre pedras, o confuso garoto apenas chora sem saber o que fazer, enquanto olha para Terra imensa e azul que parece estar sentindo sua falta também.

- Porque choras tanto? – pergunta o garoto de pijama
- Porque não choraria? – retruca Jack – Estou longe de casa, sem ninguém que eu conheça, sem saber como voltar, estou perdido!
- Mas você não está perdido, você está na lua. – responde inocentemente o pequeno garoto.

            Sem ter paciência para argumentar com o garoto, Jack apenas abaixa sua cabeça e pensa no que fazer, perdido em seus pensamentos se interioriza e por um momento viaja em seus próprios pensamentos. “Seria isso um sonho?” se pergunta, mas não se lembra de sonhar num sonho. Nos sonhos não existe tempo para sonhar, tudo é o que é, somos apenas protagonistas das cenas que nosso cérebro cria. Somos reféns dos roteiros dos curta-metragem que nossos sonhos nos propõe, onde representamos e vivemos nós mesmos em cenas de amor, ódio, aventura e terror, mas no fim sempre representamos quem no fundo queremos ser ou realmente somos.

            Num reflexo seu olhar se levanta e se depara com o garoto a encarar seus pensamentos, tomado pelo susto Jack cai da pedra em que estava sentado.

- kkkkkk... – Ri o pequeno garoto de modo inocente pela situação inesperada do seu novo conhecido.
- Droga, você me assustou!
- Desculpa, é que você parecia estar sonhando acordado.
- É, estava apenas pensando um pouco...
- Hum... Também gosto de ficar pensando as vezes. As vezes penso ser um cavaleiro que luta contra os monstros lunares. – Fala de modo sonhador o menino, simulando segurar uma espada lutando contra seus monstros invisíveis.
- Cuidado para não ficar louco (rs). Você sabe que monstros não existem, né?
- Quem disse que não existem?
- Ora... Eu nunca vi um...
- Eu também nunca tinha te visto, mas nem por isso você tinha deixado de existir.

            “Será que monstros existem?” Pensou consigo mesmo. “Não, não pode ser”. Mas na verdade monstros realmente existem, mas diferentes daqueles que nossa imaginação cria. Existem os monstros que são pessoas quem machucam as outras. Existem nossos monstros que lutam contra nossa vontade de ser alguém maior e melhor. Podemos passar a vida toda sem ver um, mas eles sempre nos atormentam em alguma parte da nossa vida.

- Nossa, você já está ‘viajando’ de novo... – Observa o menino.
- Sou meio sonhador mesmo, ando meio desligado.
- Consegue sonhar e andar? O sol está chegando temos que andar antes que ele chegue.
- Ok, é só mostrar o caminho.

Enquanto caminhava Jack e chutava algumas pedras ele pensava em tudo que tinha passado até ali e lembrava do caminho que fazia quando o sol nascia, quando pegava o caminho de sua casa até a escola. Era um caminho quase automático que ele poderia fazer até de olhos vendados, onde ele chutava as pequenas pedras pelo caminho que seus pés já treinados o levavam e libertavam sua mente para seus sonhos. É, Jack era um garoto sonhador, daqueles que sonhavam andando o que lhe rendia vários tombos, ralados e hematomas pelo corpo, além de ser zoado pelos seus colegas, mas isso não o incomodava, não quando estava preso aos seus pensamentos. Pensamentos esses que o libertavam de toda pressão que sua mãe lhe imputava, da falta de amor e compreensão que seus amigos proporcionavam e da falta de esperança que as pessoas não se cansavam de propagar.
Os sonhos são nossa rápida fuga de um mundo em colapso. Sua mãe não o entendia, ou não o tentava entender. Para ele era simples, apenas viva e deixe viver. Mas isso, apesar de ser um direito universal, nunca lhe foi dado, a incessante vontade de moldar os pensamentos alheios é um defeito passados por gerações em gerações. Defeito este que proporciona desde pequenos conflitos domésticos a guerras mundiais.
Jack era apenas um garoto com seus pouco mais de 13 anos, mas já sentia o peso que o mundo o aguardava. Suas tarefas escolares eram apenas a ponta do iceberg que o futuro lhe tinha reservado. Quando se é o primogênito as dificuldades se apresentam sempre mais cedo. Sempre se sentindo controlado e manipulado, o garoto buscava por meio da independência a saída para os seus males. Até lá teria que conviver com a censura de seus sonhos e desejos.
Ser sonhador numa terra de desesperançados é quase uma ofensa, todos te acham ou inocente ou prepotente. O colorido da vida parece ser coisa de cinema, porque a realidade é em preto e branco. Mas Jack não era assim, ele coloria seu mundo, coloria suas dificuldades e sonhos, porque no fundo sabia que tudo tem um jeito e ele não desistira até conseguir.
Quando então levantou seus olhos ao horizonte, percebeu que não havia uma trilha a percorrer, movido por suas dúvidas perguntou:

- Você sabe para onde estamos indo?
- Sim, eu sei... -  Respondeu tranquilamente o garoto.
- Como sabe se nem há um caminho?
- Nosso caminho é moldado por aquilo que queremos. Agora queremos evitar o sol, então é só seguir em frente que iremos chegar no lugar certo.


Seguir em frente, esse é sempre o grande segredo. Os garotos então chegaram ao seu lugar e viam bem longe o sol iluminar o lugar que posteriormente estavam. Agora a única preocupação de Jack voltava a ser em como ir pra casa.